COMO A ORTODONTIA ATUA NOS DIFERENTES NÍVEIS DE PROBLEMAS OCLUSAIS - PARTE I
A ortodontia pode atuar em três níveis diversos que compreendem a prevenção, a interceptação e a correção dos desvios de forma, função e aparência na relação entre os dentes, suas bases ósseas, músculos, tecidos moles e a face como um todo.
A ortodontia preventiva usa recursos que pretendem evitar o aparecimento das maloclusões, enquanto que a ortodontia interceptora trabalha para eliminar maloclusões iniciais, procurando restituir a normalidade e sanar os desvios logo em suas fases iniciais, evitando o progressivo agravamento dos problemas que tendem a ocorrer com o passar do tempo. No próximo nível de complexidade, os problemas ortodônticos, já agravados e consolidados, irão requerer a ortodontia corretiva, na qual, geralmente, serão utilizados recursos terapêuticos mais complexos, caros e demorados, com resultados nem sempre tão eficazes e estáveis em relação às abordagens preventivas e interceptoras.
Em um consultório de ortodontia, nos deparamos com as frequentes dúvidas dos pais em relação ao melhor momento para realizar o tratamento em seus filhos. E, de forma prática, a explicação que recebem de mim geralmente é a seguinte: "O melhor momento para o tratamento ortodôntico depende do tipo de problema que está se apresentando. Alguns precisam ser tratados mais cedo, outros podem esperar um pouco mais. Isso não quer dizer que não possam ser tratados em qualquer época da vida, sempre é tempo. Porém, na maioria dos casos, quanto mais tarde, mais demorado, mais dolorido e mais caro. O ideal seria a avaliação cedo, para o problema ser interceptado antes mesmo de se mostrar, ou acompanhar sua evolução para interferir no momento oportuno."
Neste contexto, as atividades desenvolvidas pela ortodontia preventiva são direcionadas para a preservação da saúde dos dentes decíduos e manutenção da normalidade das funções bucais. Dentre elas, destacam-se:
- campanhas educativas promovendo a transmissão de conceitos sobre a prevenção de hábitos bucais indesejáveis.
- diagnóstico precoce e normalização de alterações indesejáveis nas funções fisiológicas de sucção, mastigação, deglutição, fonação e respiração.
- supervisão da sequência e cronologia de troca dos dentes decíduos pelos permanentes.
- monitoramento do crescimento e desenvolvimento do crânio e da face.
- aconselhamento familiar e educação odontológica em geral, com atenção especial aos hábitos alimentares saudáveis, métodos eficazes de higiene bucal e prevenção das cáries.
- programas governamentais de fluoretação das águas de abastecimento público.
- aplicações tópicas de flúor.
- odontologia conservadora da dentição decídua.
- correta restauração anatômica e funcional dos dentes decíduos.
- manutenção dos espaços correspondentes aos dentes decíduos precocemente perdidos.
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