Pois é, retornando das férias e trazendo um assunto pouco divulgado: alergia ao aparelho ortodôntico. Na verdade, trata-se de reação alérgica ao níquel presente na composição dos acessórios metálicos usados na ortodontia.
O surgimento de reações de hipersensibilidade ao níquel acomete de 8 a 30% da população em geral, sendo mais frequente em mulheres, o que pode ser atribuído à exposição precoce à bijuterias contendo níquel.
O níquel é frequentemente apontado como um sensibilizador capaz de causar reações alérgicas a curto e longo prazo, e as manifestações bucais mais frequentes são ulcerações (feridas), hiperplasia gengival, queilite labial descamativa, eritema multiforme, gengivite, sensação de queimação na boca, gosto metálico e, até mesmo, periodontite.
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Hiperplasia gengival observada no arco superior, causada pela presença do aparelho ortodôntico em paciente alérgico ao níquel.
É importante um diagnóstico correto do que está causando as alterações gengivais para que o tratamento seja efetivo. Pois a reação alérgica associada ao acúmulo de placa bacteriana promovido por uma higienização precária pode provocar problemas periodontais mais severos. O diagnóstico da alergia ao níquel baseia-se na história pregressa do paciente, com relatos pessoais ou familiares de alergia à bijuteria, por exemplo, também por meio da presença de sinais clínicos e resultados de teste de sensibilidade cutânea (patch test).
Não se encontra na literatura relatos de impossibilidade do uso do aparelho metálico devido às reações alérgicas, mas o ortodontista deve permanecer alerta às alterações gengivais para evitar perdas periodontais mais severas.
Fontes:
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